domingo, 21 de abril de 2013

O BLOGUEIRO E O MONSTRO


Em 1886, o escritor Robert Stevenson escreveu sua obra prima, "The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde", que foi traduzido para o português e intitulado “O Médico e o Monstro”. 

A história se passa em Londres, onde o Dr. Jekyll (médico) experimenta uma fórmula que dissocia o lado bom do lado mau de cada indivíduo, transformando o médico recatado, elegante e de comportamento refinado em Edwar Hyde (monstro), um criminoso incontrolável de feições disformes. 

Com a dissociação entre Jekyll e Hyde, fica fácil percebermos as facetas do indivíduo e nos livra dos enganos de julgamento. Mais perigoso e monstruoso seria a personalidade de Hyde (monstro) na fisionomia do Dr. Jekyll (médico). Temos alguns exemplos no nosso rincão. Um deles, na forma do blogueiro oposicionista, Adiposo Blogueiro. 
 
Fisionomicamente, ele desperta simpatia aos olhos menos treinados: rechonchudo e de aparência frágil, ele suscita cuidados especiais. Sua voz é plácida e afeminada, lembrando os castarti – jovens rapazes que tinham seus testículos removidos para garantir que suas vozes não iriam engrossar, e assim cantar em óperas nos séculos XVII e XVIII. 

Em seus textos, ele tenta parecer uma pessoa comedida e razoável, para que possa ter algum tipo de credibilidade pública. Sempre que é desmascarado, veste a túnica branca da eterna vítima e reclama da perseguição dos impiedosos opositores, que teimam em chamar pilantras de pilantras... 

Esquecendo a fisionomia que desperta compaixão e as palavras distorcidas que clamam por credibilidade, vamos analisar seus atos: Sempre que foi conveniente, Adiposo Blogueiro mudou de lado em benefício próprio para não perder as benesses do poder. Defendia uma situação caótica no serviço de saúde de Chapadinha no governo Magnubia, onde faltavam médicos, onde não existia medicamento para os pacientes e doentes graves eram transportados em carro funerário para São Luís. Tudo isso sob pretexto de que faltava dinheiro para prestar um bom atendimento. 

Pergunto: se faltavam recursos para o atendimento de doentes no hospital, como justificar o recebimento de salário como técnico da saúde? Perceberam que ele se aproveitava de uma situação completamente infeliz para os moradores da cidade e vendia um serviço que consistia em mascarar a ineficiência administrativa dos patrões? Como pagamento, recebia um dinheiro que ele mesmo alegava que faltava na saúde... 
 
Suas atitudes são as de um crápula. Enquanto pessoas sofriam sem atendimento, ele era pago com recursos que, utilizados de maneira responsável, dariam para tratar vários doentes. Atualmente, longe da esfera do poder maior, ele ainda conseguiu alugar sua pena para o coronel bipolar e seus soldadinhos de terceira categoria, que, mesmo sem expressão, sonham com os votos órfãos do Nota Zero. 
 
O objetivo é sempre o retorno ao poder, disfarçando cautelosamente como benefício à população. É escrever textos com elogios melosos ao novo patrão e receber uma polpuda gratificação. Não importa o cargo (técnico da saúde ou assistente imediato do carimbador adjunto), já que não possui qualificação para nenhum.  
 
Debaixo dessa aparência frágil e indefesa, existe um monstro de egoísmo, que sobrevive às custas das mazelas da população e da mesada de um provedor que tem que se submeter, mesmo com idade avançada, a uma exaustiva rotina de trabalho para dar sombra e água fresca a quem nunca quis estudar ou trabalhar dignamente.

Então, caros leitores, mesmo que pareça comovente a figura desse querubim de churrascaria rodízio, mesmo que pareça melodiosa sua voz de atendente de telessexo, suas ações falam mais  que suas palavras de aluguel.


Dr. Ernani Maia 
(Cirurgião-Dentista)

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