quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PAGUEI! QUERO MEU DIPLOMA

O sistema educacional brasileiro está falido. Na ânsia de melhorar índices internacionais, alunos recebem aprovação anualmente sem ter o mínimo conhecimento formal, chegando inclusive às portas da faculdade.

Em Chapadinha temos muitos exemplos dessa prática, e o facebook é uma prova inconteste do que relato. Alguns gostam tanto dos seus comentários que chega a ser uma apologia à “desinteligência”. 


Não falo aqui de erros esporádicos, mas da mais corriqueira ignorância. Assassinam a gramática e a ortografia com tanta freqüência, que se isso fosse crime, provavelmente seriam condenados à prisão perpétua (de preferência dentro de uma escola).

Fico abismado ao ler postagens de certos universitários que não conseguem elaborar uma frase inteligível. Tenho que fazer um enorme esforço para saber onde deveria existir uma pontuação para conseguir decifrar o que a pessoa quis transmitir. Alguns ainda se vangloriam da própria falta de inteligência. Chego a sentir vergonha alheia. 

Alguns acreditam que fazem grande sucesso com seus comentários e ganham a admiração dos coitados que tentam entender o que escrevem, quando na realidade estão dando uma amostra da própria ignorância e do quanto as instituições de ensino públicas estão mais preocupadas em se livrar do aluno e as particulares, em receber seu dinheiro. Parafraseando Chico Anysio:”e a educação, ó...”

Sim. Hoje existe a figura do aluno cliente. Ele paga uma faculdade para se formar. É uma troca. Não implica esforço por parte do aluno para aprender e não implica na obrigação da faculdade em averiguar seu conhecimento. O relacionamento é apenas comercial. Alguns anos de mensalidade compram um certificado (capacitado ou não) para exercer uma profissão. A lógica é: "Paguei! Quero meu diploma."

O mais misterioso é imaginar como conseguiram passar na "peneira" do vestibular, pois além de saber preencher uma lacuna para marcar a opção correta, o aluno tem que fazer uma redação. Esse é o grande filtro, pois o professor teria uma ideia melhor da capacidade do aluno. O assunto é sério, mas só consigo imaginar o próprio diretor da faculdade (interessado na mensalidade) ou um veterinário corrigindo as provas.

Infelizmente, isso fala tanto a respeito de alguns colégios e faculdades quanto do próprio aluno. Mas nem tudo está perdido. Algumas instituições de ensino particulares e públicas, como a UFMA, por exemplo, conseguem manter-se longe dessa lógica mercantil, mas enquanto não houver uma política pública voltada realmente para a educação, ainda veremos muitos “acadêmicos” filosofando na internet quando deveriam estar debruçados numa cartilha do ABC.

Dr. Ernani Maia

(Cirurgião-Dentista)

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