sábado, 16 de fevereiro de 2013

GENERAIS DO VOTO

Há menos de 30 anos vivemos em uma democracia, mas algumas pessoas ainda não se acostumaram a ela. Gostam da ditadura. Da censura. Da mordaça. Da imprensa servil. 

O facebook está se tornando instrumento de controle para os aprendizes de general da Chapada. Ao invés de quartéis, se abancam em secretarias e hospitais. Passam o dia verificando quem comenta ou não em determinadas matérias. O que dizem. Como se posicionam. O que pensam. Soube de pessoas que foram intimidadas por terem curtido um texto que desagradou algumas realezas locais. 

O clima é de paranóia. A falsa realeza desfila por secretarias e hospitais com olhar intimidador e ouvido aguçado esperando descobrir quem discorda de seus pensamentos. Do outro lado, o sentimento dos funcionários é de terror. Medo de ter dito ou feito algo que desagrade. Receio de ser delatado por alguém que queira se aproximar dos soberanos. 

Em um primeiro momento, senti culpa pela aflição desses funcionários, afinal, elas poderiam perder seus empregos por terem gostado de algo que publiquei. De alguma denúncia que fiz. Peço que não repitam o “erro mortal”, mas mantenham viva na memória tal afronta a sua liberdade. 

Nelson Rodrigues disse: “toda unanimidade é burra”. Esses generais idolatram a burrice, afinal, é burrice a obediência sem questionamento. Não suportam a contrariedade. Não suportam o debate. Não suportam a democracia. 

Acham-se donos dos votos (em breve, escreverei sobre este ponto) e por conseqüência, donos das pessoas e seus pensamentos. O que aconteceria se chegassem ao maior cargo municipal? Esse é o objetivo, e, para isso, já mantêm blogueiros e vereadores oposicionistas entrincheirados em suas fileiras aguardando o momento do golpe. 

O maior golpe não será no poder municipal. Será na democracia e na liberdade de pensamento. Que pena. Tenho más lembranças da ditadura. Por isso, Denuncio. Escrevo. Não para ser dono da razão, mas apenas para expor um ponto de vista. Apenas para não ter que bater continência e dizer “sim senhor”. 

Para os que não desejam ser contrariados, sugiro que desçam do palanque e alistem-se no exército. 

Dr. Ernani Maia 
(Cirurgião-Dentista)

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