segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

GRATIDÃO. ALGUNS ANIMAIS TÊM. ALGUNS HUMANOS, NÃO.


Fiquei emocionado ao assistir o vídeo acima, que mostra Woudan, uma chimpanzé que foi resgatada na floresta com sérios ferimentos. Após cuidar da saúde do animal, a veterinária que acompanhou o retorno de Wounda para seu habitat natural ficou surpresa ao ver que, antes de ir embora, a chimpanzé abraçou a tratadora como forma de agradecimento. É a prova que até animais ditos inferiores podem demonstrar gratidão. E nós, que somos tão evoluídos?

Aí a coisa já fica mais complicada. As motivações do ser humano não são tão transparentes assim... Algumas pessoas se comportam de maneira humilde e cordata apenas porque só assim conseguem tirar proveito de outras. Gostam de ser ajudadas, mas depois de conseguir o que querem, mostram sua verdadeira faceta.

Querem um exemplo próximo? No último pleito, todos se espantaram com a eleição para vereador de Nonato Baleco, mesmo ocupando a última vaga. Todos, menos Levi Pontes de Aguiar, que foi o político que articulou sua campanha.

Muitos sabem que já critiquei abertamente Levi Pontes pela sua atuação política na cidade, mas Levi não é somente político, é também um profissional médico dos mais competentes na sua área e possui muitas amizades conquistadas ao longo dos anos. Além disso, é filho de Antônio Pontes de Aguiar, que talvez seja o maior político que Chapadinha já teve.

Levi Pontes e o patriarca já haviam ajudado e elegido outros vereadores no passado, embora os novos eleitos nunca reconhecessem ou admitissem o fato. Procurando alguém mais confiável e humilde, resolveu apostar todas as fichas no azarão Baleco, um desconhecido no cenário local, para provar sua influência política.

Mesmo pouco aparecendo na cidade, Nonato Baleco, que não tinha voto nem para ser inspetor de quarteirão, tornou-se vereador, e, com o apoio de vereadores amigos de Levi, foi eleito presidente da Câmara. Deveria ser grato pelo presente, certo?

Deveria, mas não foi isso que aconteceu! Em pouco tempo na cadeira de vereador, o poder subiu à cabeça desse pequeno ditador e sua primeira medida política foi se pré-candidatar a Deputado Estadual, tornando-se concorrente de Levi Pontes, o homem por trás da sua eleição.

Mesmo manipulando o orçamento da Câmara e amealhando uma infinidade de blogueiros e pseudo-autoridades através de um contrato suspeito com uma empresa de comunicação, Nonato Baleco continua apagado politicamente, enquanto Levi conquista apoio em vários municípios, viabilizando sua candidatura apesar da traição sofrida.

Levi não percebeu que por baixo daquela superficial humildade, fervilhava um caldeirão de ganância, autoritarismo e traição. Outras campanhas virão, e se Baleco quiser descobrir quem votou nele, ainda terá que perguntar a Levi Pontes. E se Levi Pontes quiser receber um abraço afetuoso de gratidão por eleger um vereador, sugiro que candidate a chimpanzé Wounda.

Dr. Ernani Maia
(Cirurgião-Dentista)



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